

TP 4 – Unidade 14
Leitura e processo de escrita –
(Conhecimentos prévios interferem na produção de significados do texto?)
Avançando na prática –( Pág. 97/ 99)
RELATO DE EXPERIÊNCIA
(Professora Vera Urbana Azevedo.
Partindo do título “Cidadezinha Qualquer”, foram colhidas dos alunos do 9º ano, hipóteses sobre o assunto tratado na leitura que viria a seguir. Os títulos, em geral, fornecem pistas preciosas sobre o tema , pois o leitor faz automaticamente inferências com temas e leituras já conhecidos ou com experiências vivenciadas por eles próprios.
O levantamento de hipóteses é um recurso extremamente motivador, a cada palavra ou frase proferida pelos alunos , outros se animavam para verbalizar suas idéias , o que terminou sendo enriquecedor na construção dos significados.
Algumas das possibilidades iniciais dadas por eles foram:
· É uma cidade bem pequena.
· É um lugar feio.
· É de qualquer lugar.
· Do interior.
· Simples, pobre.
· Cidade perdida, (etc.)
Lemos então a poesia e pudemos confirmar / refutar as hipóteses iniciais. Ouve risos contidos durante a leitura da segunda estrofe e do verso final. O curioso é que justificaram o fato como sendo engraçado tudo ir tão devagar, e pela repetição da frase “vai devagar”, momento em que um aluno disse que “só podia ser do interior e antiga porque hoje em dia todos tem pressa e se for na cidade grande é pior ainda.” Este aluno veio do interior e comparou a cidade dele à da poesia, com características muito parecidas.
Os alunos “descobriram” através do vocabulário do título, que o diminutivo nos remetem a idéia de cidade pequena e os bichos presentes nela indicam que era muito pacata. Outro aluno chamou a atenção para as palavras simples da poesia, o que para eles facilitou o entendimento.
Quando perguntados qual imagem da cidade o autor queria transmitir, alguns alunos disseram que o fato dele achar aquela cidade “besta” talvez fosse porque ele deveria morar numa cidade grande e desprezava a vida no interior.
Falei então sobre Drummond, sua época, e a cidade de Itabira. Foi de certa forma uma retomada, um aprofundamento, pois já havia trabalhado a história do autor quando construímos a autobiografia ( TP3- unid.9), levei o mapa e a foto da cidade daquela época ( anexo 2). Fizemos um pequeno debate sobre a imagem que eles construíram dela antes de ver a foto. Indaguei se faria diferença,caso eles soubessem quem era o autor e a cidade que tratava o texto, antes da leitura do título. A resposta foi: “sim, mudava tudo e perderia a graça”.
Voltamos às hipóteses iniciais , quando verificamos que apenas a idéia de cidade feia, não se confirmou, visto que, as palavras “pomar amor cantar” traz a sensação de bem estar , há uma beleza implícita no poema.
Perguntados se seria possível escreverem sobre suas cidades de forma simples, comparando-a à Cidadezinha do Drummond, com modernidades ou atrasos, foram bastante receptivos à idéia.
Construíram os textos e foi feita uma leitura final, na qual os alunos descobriram a visão pessoal dos outros colegas sobre uma mesma cidade e até outras, pois havia alunos oriundos de outras cidades.
ANEXO 1
PLANEJAMENTO
· Assunto: Conhecimentos prévios
· Objetivo geral: Reconhecer e utilizar os conhecimentos prévios como elemento base da construção de significados dos textos.
· Objetivos específicos:
o Exercitar a habilidade de fazer inferências implícitas e explicitas no texto;
o Exercitar habilidades de leitura e escrita num determinado contexto sócio-comunicativo utilizando os conhecimentos prévios;
o Identificar o efeito de sentido decorrente da escolha de uma palavra ou expressão.
· A situação desencadeadora:
o Observação do título da poesia “Cidadezinha Qualquer” de Carlos Drummond de Andrade.
· As questões problematizadoras, visando o levantamento de conhecimentos prévios dos alunos:
o O que esperam de um texto com este título?
o Que cidade você espera encontrar no texto?
o Que relações você estabelece com a sua cidade?
· Procedimentos
Nº de Aulas | Estratégias | Recursos |
1 Aula | · Observação do título da poesia do Drummond · Levantamento de hipóteses · Analise das questões problematizadoras (Anotação das respostas no quadro-negro) · Leitura da poesia · Comparação das respostas dadas pelos alunos com o texto lido. · Discussão sobre as hipótese e a realidade ( falar de Drummond e de Itabira) · Construção de textos sobre a cidade dos alunos · Leitura coletiva dos textos construídos · Comentários. | · Caneta piloto · Cópias da poesia |
· Finalização;
Reescrita , fazendo as devidas correções.
OS TEXTOS NARRATIVOS:
São marcados pela temporalidade; desenvolvem-se necessariamente numa linha de tempo e num determinado espaço. Nesse tipo de texto há o predomínio de frases verbais indicando o processo ou ação; predomínio do tempo passado; advérbios de tempo e lugar.
. OS TEXTOS DESCRITIVOS:
São marcados pela atemporalidade, contém a apresentação pura e simples do estado do ser, objeto ou ambiente descrito em um determinado momento. Nesse tipo de texto há o predomínio das frases nominais, prevalecem as formas verbais no presente ou no imperfeito; os adjetivos ganham expressividade, os períodos são curtos e prevalece a coordenação.
OS TEXTOS ARGUMENTATIVOS:
Apresentam a defesa de um ponto de vista, de uma idéia ou um questionamento sobre algum fato. Objetivam persuadir o leitor ou o ouvinte e fundamentam-se em argumentos de acordo com o tema, contexto e interlocutor. Caracterizam-se pela lógica de idéias e apresentam uma linguagem objetiva e denotativa.
OS TEXTOS ARGUMENTATIVOS:
Apresentam a defesa de um ponto de vista, de uma idéia ou um questionamento sobre algum fato. Objetivam persuadir o leitor ou o ouvinte e fundamentam-se em argumentos de acordo com o tema, contexto e interlocutor. Caracterizam-se pela lógica de idéias e apresentam uma linguagem objetiva e denotativa.
OS TEXTOS EXPLICATIVOS OU EXPOSITIVOS:
Intentam explicar ou dar informações a respeito de alguma coisa. Objetivam fazer com que os interlocutores/ leitores adquiram saberes e conhecimentos. Eles tratam da identificação de fenômenos , de conceitos de definições.
OS TEXTOS INJUNTIVOS OU INSTRUCIONAIS:
Indicam ordem, orientação. A marca fundamental desse tipo de textos é o verbo no imperativo.
OS TEXTOS PREDITIVOS:
Indicam algo que pode acontecer no futuro, ajudado por alguma inspiração de ordem sobrenatural. Predomina aí uma linguagem de tom profético e místico.
PROGRAMA GESTAR II – LÍNGUA PORTUGUESA
Relatório de experiência
Professora orientadora: Gilvânia Machado
A atividade proposta teve por objetivo final a produção de uma sequência discursiva descritiva abordando os aspectos físicos e psicológicos do objeto da descrição.
O primeiro passo adotado foi discutir com os alunos a respeito das intenções e necessidades de um produtor de texto em apresentar ao leitor/ouvinte as características de objetos, pessoas, paisagens ou situações. Para tanto, foram apresentados para os alunos algumas sequências descritivas com foco em objetos de diferentes naturezas e produzidas a partir de olhares variados, permitindo assim, o entendimento do fato de que o ponto de vista - físico ou mental - do autor interfere no texto.
Após a discussão sobre as informações acima citadas e alguns esclarecimentos a respeito das diferenças entre as sequências descritiva e narrativa, foram feitas as leituras dos textos (sequências descritivas) apresentados na intenção de identificar o objeto da descrição e o tipo de ponto de vista predominante. Concluídas tais considerções, solicitou-se aos alunos uma descrição oral da sala de aula, abordando aspectos físicos e psicológicos do ambiente e da turma, o que garantiu boa participação e entusiasmo na realização da tarefa. Nesta oportunidade, surgiu a possibilidade de abordar as descrições objetiva e subjetiva, bem como o uso de todos os sentidos, e não apenas o sentido da visão, para observarmos e percebermos o objeto.
A atividade final constituiu-se na produção escrita de uma sequência descritiva, abordando os aspectos físicos e psicológicos, tendo como objeto um(a) aluno(a) da turma, escolhido secretamente, pois depois de terminada a produção textual seu autor fez a leitura em voz alta para que a turma identificasse o(a) aluno(a) descrito(a) e apontasse as características físicas e psicológicas apresentadas.
Parnamirim/RN, 22 de setembro de 2009.