quinta-feira, 12 de novembro de 2009

TP3 - Gêneros Textuais - 3º relatório





A nossa oficina sobre “Gêneros Textuais” realizou-se no dia 27 de agosto de 2009, no Colégio Augusto Severo com uma carga horária de 4 horas.
Iniciamos nossa reunião com um breve sarau literário recitando os poemas do poeta Mário Quintana e, ao mesmo, tempo saboreando chocolates, daí porque intitulamos nosso recital: “Saboreando a poesia”. Esse momento foi bastante prazeroso ( no sentido literal da palavra) e muitos dos professores cursistas sugeriram como idéia para ser aplicada em sala de aula com os alunos como uma forma de motivá-los a estudar a biografia de algum escritor.
Em seguida, passamos as discussões sobre os conteúdos das unidades 9 e 10 com o propósito de sistematizar os conceitos teóricos sobre gêneros textuais, competência sociocomunicativa e sua relação com os estudos dos gêneros fundamentados nos estudos de Kock, Marcushi , Bakhtin.
Esse momento foi bastante enriquecedor, uma vez que todos os professores participaram de forma entusiasmada e tiveram a oportunidade de relacionar a teoria à sua prática em sala de aula. De forma resumida, eis alguns pontos que foram debatidos:

• A caracterização do texto aponta para duas direções: a primeira como dimensão social e cultural, daí temos os gêneros textuais. E a segunda do ponto vista informacional, o que leva a classificação dos tipos textuais. Entretanto é importante ressaltar que tais dimensões textuais estão intrisicamente relacionadas. Tal separação é feita com propósitos didáticos para uma melhor compreensão da constituição do texto tanto no seu interior como na sua relação com o mundo.
• Toda e qualquer comunicação se dá por textos, os quais, por sua vez se materializam através de um determinado gênero escolhido de acordo com a situação comunicativa.
• De acordo com Koch nós temos uma competência metagenêrica ( competência sociocomunicativa ) que habilita cada pessoa a identificar e classificar os diferentes gêneros e adequá-los a determinada situação comunicativa.
• De acordo com Bakhtin os gêneros são formas padrões relativamente estáveis. Não são práticas naturais, mas modeladas e remodeladas e processos interacionais entre sujeitos que participam de uma cultura. O que significa dizer que eles não são formas estanques e rígidas , mas são formas naturais e dinâmicas.
• Outro ponto importante que debatemos foi sobre a forma de se trabalhar os gêneros em sala de aula, os quais não se devem restringir “apenas a ensinar as suas características” - o que Roxane Rojo chama de “gramaticalização dos gêneros”- sem contudo se preocupar com o objetivo de formar leitores e escritores.
Após essas reflexões e tantas outras relacionadas ao tema em foco passamos para o nosso terceiro momento ,o qual foi a socialização dos relatos de experiências em sala de aula. Aqui os professores tiveram a oportunidade de partilhar seus acertos e dificuldades. A maioria relatou que foi um momento muito significativo e receptivo por parte dos alunos, o que foi surpreendente já que eles estavam iniciando suas experiências com o Gestar II em suas salas de aula.
E, por ultimo, em grupo, os professores cursistas passaram a elaboração da oficina 6 da tp3. Foi um espaço também bastante fundamental porque segundo a avaliação dos próprios docentes , eles puderam mais uma vez relacionar a teoria à sua prática pedagógica. E essa relação entre teoria e prática é que está sendo bastante elogiada, pois tem facilitado a transposição didática de todos os conceitos teóricos para a sala de aula de forma significativa e lúdica.
E, para finalizar esse encontro , orientamos o estudo das unidades 13 e 14 da TP4 e solicitamos mais um avançando na prática.


Relato de experiências:


PROGRAMA GESTAR II – LÍNGUA PORTUGUESA

Professora orientadora: Gilvânia Machado

TP3: GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS - Avançando na prática (pág. 25)

Profº cursista: Flávio Vieira da Silva

Público-alvo: alunos do 6º ano da E. M. Prof° Luís Maranhão Filho – Parnamirim/RN

Esta primeira atividade com os alunos foi bastante interessante. Primeiro, porque estava testando a atividade sugerida pelo Programa, depois, porque estava aplicando tal sugestão a uma turma de 6° ano. Contudo, confesso que me surpreendi, positivamente, com a atividade e com a turma.

A atividade proposta tinha por objetivo final a produção de uma biografia escrita na terceira pessoa, mas antes pretendia-se orientar os alunos no sentido de identificar os tipos de informações que compõem um texto biográfico.

O primeiro passo adotado foi apresentar aos alunos um pensamento célebre de uma personalidade, neste caso, o escolhido foi “O que aprendemos refaz e reorganiza nossa vida”, frase do educador Anísio Teixeira, a qual teve seu sentido discutido com os alunos. Durante a discussão abriu-se a oportunidade para indagar aos alunos sobre a importância de sabermos mais sobre as personalidades da música, do esporte, da política, das artes e outras áreas, que fazem parte da história de nosso bairro, nossa cidade, nosso país, enfim aprendermos um pouco mais sobre as pessoas que admiramos. Para ilustrar, foi lida a biografia de Carlos Drummond de Andrade, e indagou-se aos alunos sobre a intenção de um autor a escrever uma biografia, ao que responderam frases do tipo: “É para a gente saber mais sobre a vida das pessoas”, na ocasião foi mencionado o significado do vocábulo biografia. Em seguida, foram distribuídos com os alunos textos biográficos de diversas personalidades de diversas áreas de atuação, como Luiz Gonzaga, Vinícius de Moraes, Maurício de Souza, Luís Maranhão - que dá nome à escola -, entre outras. Os alunos, sentados em duplas, leram os textos apresentados, formularam perguntas com respostas e responderam ao questionamento proposto: “Que tipos de informações constituem um texto biográfico?”, respondido com base nas informações e nas intenções dos textos lidos. O próximo passo consistiu em socializar as descobertas feitas com as leituras, o que foi realizado de maneira informal, com direito a entoação de alguns trechos de músicas do Rei do Baião e de Vinícius de Moraes, e apresentar a resposta dada pela dupla ao questionamento proposto. A cada nova resposta dada ao questionamento, era feito seu registro no quadro-branco. Ao final das respostas e das anotações foram identificadas as informações pertinentes ao texto biográfico.

Para concluir a prática, levando-se em consideração as informações construídas pela turma a respeito do texto biográfico, foi solicitado aos alunos que produzissem sua própria biografia, narrada na terceira pessoa. Tal solicitação, a princípio causou algum descontentamento e algumas preocupações nos alunos, o que foi aos poucos se diluindo frente à prazerosa possibilidade de escolher o que falar sobre si mesmo e reafirmar-se como uma pessoa com passado, presente e futuro.

Parnamirim/RN, 15 de agosto de 2009








Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar II

Língua Portuguesa

1º Relatório de desenvolvimento de atividade

Klébia Ribeiro da Costa

Orientadora: Gilvânia

Como foi sugerido no caderno de teoria e prática - TP 3 do Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar II, unidade número 9, página 25, realizamos a leitura e discussão da biografia de Carlos Drummond de Andrade para os alunos de uma turma de 7º (sétimo) ano do ensino fundamental.

Para trazermso o escritor para a discussão, realizamos, antes da biografia, a leitura do texto “Maneira de amar”, do já citado escritor brasileiro (em anexo).

Após a leitura do texto, passamos para a biografia do escritor. Apresentamos e discutimos as características próprias desse gênero textual , sua finalidade, seus interlocutores, bem a sua importância nos processos comunicacionais.

Além dessa leitura, buscamos conhecer outros textos biográficos, como por exemplo, a do folclorista Luis da Câmara Cascudo e da poetisa Nísia Floresta. Pedimos aos discentes que trouxessem, na aula seguinte, outras biografias de personalidades pelas quais tivessem alguma admiração. Qual foi a nossa surpresa, quando chegaram às nossas mãos textos que descreviam autores como Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Eça de Queiroz, Cora Coralina, Cecília Meireles e tantos outros.

Esse fato deixou-nos imensamente felizes, uma vez que constatamos que os nossos alunos têm excelente gosto literário, e mais inda, que têm admiração por estes autores e suas obras.

Em seguida, solicitamos aos alunos que elaborassem uma autobiografia, sem esquecer que a função desse gênero textual é descrever a vida de determinado sujeito. Na oportunidade os autores/personagens deveriam utilizar a terceira pessoa, como na biografia analisada.

Observamos que os alunos não encontraram dificuldades na elaboração no trabalho, como um todo. Apresentaram suas características físicas e psicológicas, local e data de nascimento, paternidade, local de residência, formação escolar, atividades esportivas que desenvolvem, trabalhos escolares em que obtiveram destaque e outros.

Concluímos a nossa atividade avaliando como riquíssima para todos os envolvidos nesse processo. Da nossa parte por verificar o gosto literário do nosso alunado e a desenvoltura com a qual apresentaram suas produções textuais. Dos alunos, por sentirem-se valorizados ao encontrar espaço para apresentarem-se, através das suas autobiografias, para os colegas e compartilhar gostos literários com os demais, encontrando, assim, afinidades até então desconhecidas.

Parnamirim/RN, 27 de agosto de 2009.

A N E X O

Maneira de amar

O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutado o que lhe confiava o gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.

Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.

O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.

Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. “Você o tratava mal, agora está arrependido?”. “Não”, respondeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso e gostava”.

Carlos Drummond de Andrade. A cor de cada um.

Rio de janeiro: Record, 1997. (Fragmento)










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