PROGRAMA GESTAR II – LÍNGUA PORTUGUESA
Professora orientadora: Gilvânia Machado
TP3: GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS - Avançando na prática (pág. 25)
Profº cursista: Flávio Vieira da Silva
Público-alvo: alunos do 6º ano da E. M. Prof° Luís Maranhão Filho – Parnamirim/RN
Esta primeira atividade com os alunos foi bastante interessante. Primeiro, porque estava testando a atividade sugerida pelo Programa, depois, porque estava aplicando tal sugestão a uma turma de 6° ano. Contudo, confesso que me surpreendi, positivamente, com a atividade e com a turma.
A atividade proposta tinha por objetivo final a produção de uma biografia escrita na terceira pessoa, mas antes pretendia-se orientar os alunos no sentido de identificar os tipos de informações que compõem um texto biográfico.
O primeiro passo adotado foi apresentar aos alunos um pensamento célebre de uma personalidade, neste caso, o escolhido foi “O que aprendemos refaz e reorganiza nossa vida”, frase do educador Anísio Teixeira, a qual teve seu sentido discutido com os alunos. Durante a discussão abriu-se a oportunidade para indagar aos alunos sobre a importância de sabermos mais sobre as personalidades da música, do esporte, da política, das artes e outras áreas, que fazem parte da história de nosso bairro, nossa cidade, nosso país, enfim aprendermos um pouco mais sobre as pessoas que admiramos. Para ilustrar, foi lida a biografia de Carlos Drummond de Andrade, e indagou-se aos alunos sobre a intenção de um autor a escrever uma biografia, ao que responderam frases do tipo: “É para a gente saber mais sobre a vida das pessoas”, na ocasião foi mencionado o significado do vocábulo biografia. Em seguida, foram distribuídos com os alunos textos biográficos de diversas personalidades de diversas áreas de atuação, como Luiz Gonzaga, Vinícius de Moraes, Maurício de Souza, Luís Maranhão - que dá nome à escola -, entre outras. Os alunos, sentados em duplas, leram os textos apresentados, formularam perguntas com respostas e responderam ao questionamento proposto: “Que tipos de informações constituem um texto biográfico?”, respondido com base nas informações e nas intenções dos textos lidos. O próximo passo consistiu em socializar as descobertas feitas com as leituras, o que foi realizado de maneira informal, com direito a entoação de alguns trechos de músicas do Rei do Baião e de Vinícius de Moraes, e apresentar a resposta dada pela dupla ao questionamento proposto. A cada nova resposta dada ao questionamento, era feito seu registro no quadro-branco. Ao final das respostas e das anotações foram identificadas as informações pertinentes ao texto biográfico.
Para concluir a prática, levando-se em consideração as informações construídas pela turma a respeito do texto biográfico, foi solicitado aos alunos que produzissem sua própria biografia, narrada na terceira pessoa. Tal solicitação, a princípio causou algum descontentamento e algumas preocupações nos alunos, o que foi aos poucos se diluindo frente à prazerosa possibilidade de escolher o que falar sobre si mesmo e reafirmar-se como uma pessoa com passado, presente e futuro.
Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar II
Língua Portuguesa
1º Relatório de desenvolvimento de atividade
Klébia Ribeiro da Costa
Orientadora: Gilvânia
Como foi sugerido no caderno de teoria e prática - TP 3 do Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar II, unidade número 9, página 25, realizamos a leitura e discussão da biografia de Carlos Drummond de Andrade para os alunos de uma turma de 7º (sétimo) ano do ensino fundamental.
Para trazermso o escritor para a discussão, realizamos, antes da biografia, a leitura do texto “Maneira de amar”, do já citado escritor brasileiro (em anexo).
Após a leitura do texto, passamos para a biografia do escritor. Apresentamos e discutimos as características próprias desse gênero textual , sua finalidade, seus interlocutores, bem a sua importância nos processos comunicacionais.
Além dessa leitura, buscamos conhecer outros textos biográficos, como por exemplo, a do folclorista Luis da Câmara Cascudo e da poetisa Nísia Floresta. Pedimos aos discentes que trouxessem, na aula seguinte, outras biografias de personalidades pelas quais tivessem alguma admiração. Qual foi a nossa surpresa, quando chegaram às nossas mãos textos que descreviam autores como Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Eça de Queiroz, Cora Coralina, Cecília Meireles e tantos outros.
Esse fato deixou-nos imensamente felizes, uma vez que constatamos que os nossos alunos têm excelente gosto literário, e mais inda, que têm admiração por estes autores e suas obras.
Em seguida, solicitamos aos alunos que elaborassem uma autobiografia, sem esquecer que a função desse gênero textual é descrever a vida de determinado sujeito. Na oportunidade os autores/personagens deveriam utilizar a terceira pessoa, como na biografia analisada.
Observamos que os alunos não encontraram dificuldades na elaboração no trabalho, como um todo. Apresentaram suas características físicas e psicológicas, local e data de nascimento, paternidade, local de residência, formação escolar, atividades esportivas que desenvolvem, trabalhos escolares em que obtiveram destaque e outros.
Concluímos a nossa atividade avaliando como riquíssima para todos os envolvidos nesse processo. Da nossa parte por verificar o gosto literário do nosso alunado e a desenvoltura com a qual apresentaram suas produções textuais. Dos alunos, por sentirem-se valorizados ao encontrar espaço para apresentarem-se, através das suas autobiografias, para os colegas e compartilhar gostos literários com os demais, encontrando, assim, afinidades até então desconhecidas.
Parnamirim/RN, 27 de agosto de 2009.
A N E X O
Maneira de amar
O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutado o que lhe confiava o gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. “Você o tratava mal, agora está arrependido?”. “Não”, respondeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso e gostava”.
Carlos Drummond de Andrade. A cor de cada um.
Rio de janeiro: Record, 1997. (Fragmento)
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